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Notícias e Atualidades

Traquelectomia

Há alguns dias, fiz um post sobre os desfechos cirúrgicos da traquelectomia no tratamento de câncer do colo do útero em fase inicial e recebi algumas mensagens pedindo para eu falar um pouco mais sobre esse procedimento, principalmente no que diz respeito à gestação após traquelectomia.

A traquelectomia radical foi desenvolvida em meados dos anos 80, por um cirurgião francês chamado Daniel Dargent, que nesse momento desenvolveu a técnica via vaginal. Hoje, temos as abordagens abdominais (cirurgia aberta, laparoscopia e robótica) e se trata de um procedimento inovador por tratar o câncer de colo de útero preservando a fertilidade, ou seja, o útero continua na paciente, cumprindo sua função. Vale ressaltar que a traquelectomia é um procedimento complexo e delicado no qual são retirados o colo uterino, os paramétrios (tecido que sustenta o útero) e também é necessária a remoção dos linfonodos pélvicos.

Com isso, as mulheres jovens (até os 40 anos) que desejam ser mães e foram diagnosticadas com tumores de até 2 centímetros, confinados no colo do útero, não precisam desistir desse sonho. Cerca de 30 a 35% das mulheres submetidas à traquelectomia engravidam, seja naturalmente ou com a ajuda de métodos de reprodução assistida. Não há como optar por parto normal e o parto padrão-ouro nesses casos é a cesariana em um momento relativamente precoce, perto de 37 semanas – como fica uma cicatriz no útero, as contrações do parto normal aumentam muito o risco de rotura uterina. Das pacientes que engravidam, a gestação apresenta maior risco de parto prematuro, rotura da bolsa pré-termo e um desfecho desfavorável.

Outro ponto importante: existe uma série de cuidados na gestação após traquelectomia que uma gestação comum não exigiria, como cerclagem do colo uterino, uso de progesterona via vaginal, triagem de bacteriúria assintomática trimestral, medidas seriadas do colo uterino por ultrassonografia transvaginal; e outras recomendações mais discutíveis mas que parecem também exercer papel positivo, como uso de marcadores bioquímicos para trabalho de parto prematuro, repouso relativo e abstinência sexual.

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